domingo, 4 de maio de 2014

OTARI MTR90 MKII 24 TRACKS/2" TAPE RECORDER.


STUDER 827


Como equipamentos domésticos novos, eles são um tanto caros de se comprar. Um Otari MX5050B-III, vendido hoje nos EUA, deve estar custando acima de US$10.000.  No entanto, no mercado brasileiro há ainda a opção de usados, que, apesar da idade (30 ou mais anos de uso – pois são das décadas de 70-80) muitos estão em perfeitas condições de tocar como novos ou de serem consertados para tocar (pois eram fabricados para durar). Há em um site chamado “Mercado Livre”, vários modelos, sendo que os melhores (Independente de marca) portam “tapes” (fitas de rolo enormes) de dez polegadas (10”) e giram (rodam) numa velocidade de 15 i.p.s (Inch per second ou polegadas por segundo). Mas os de 7,5 ips também oferecem uma boa qualidade sonora, não superior ao citado anterior, mas oferecem (Ex.: AKAI 4000DB). As indústrias de fitas “tape” RMI, QUANTEGY (antiga Ampex) e a ATR Magnetics, oferecem fitas novas no mercado mundial (podendo até haver representantes no Brasil) para esses modelos. E a qualidade é muito boa, principalmente os de velocidade maiores – 15 ips. Eles chegam a ser melhores que bons LP’s e CD’s em qualidade, justamente em função do que se chama em ambiente técnico de “dinâmica de áudio”, o que significa que conseguem “individualizar” os sons dos arranjos das músicas, ao contrário de discos de vinil e CDs, nessa ordem.
Já em termos de “maternidades” - estúdios onde a banda toca e canta passando o som para a mídia (tape ou disco digital) de vinis e CD’s, as fitas magnéticas nunca foram substituídas em termos de qualidade. O que aconteceu foi que a era digital trouxe um “barateamento” da produção de música, dando acesso àqueles que não tinham dinheiro para produzirem seus CD’s, por não poderem pagar um estúdio de gravação. No entanto, a qualidade sonora continuou muito distante das fitas magnéticas de 2” de largura, funcionando nos respectivos e também imbatíveis “tapes machines” (como exemplo, o Studer 827 – Cf. no YouTube) e rodando na velocidade de 30 ips (30 polegadas por segundo). É pacífico que entre todo meio técnico de áudio, não há nada que produza som melhor do que “tapes machines” utilizando fitas de 2” de largura. Artistas como Adele, Joss Stone, a saudosa Amy Winehouse, e outros que seria extensa citar aqui, só utilizam estúdios analógicos com esses equipamentos, ainda que algum ou outro equipamento digital sirva para avaliar o resultado final, mas não são a origem da gravação. Afirmo que melhor som como os que são produzidos por esses equipamentos, só ao vivo e em bons estúdios ou teatros.
 O que confundiu muito a mente dos que não foram dessa época e nem foram familiarizados com o assunto, foi a introdução do conceito “pureza de som digital”, que, no entanto, não significa qualidade. Na época da introdução do CD, na revista “Stereophile” houve muitas polêmicas entre audiófilos sobre a pretensa superioridade do digital. Explicando, qualidade em música gravada significa “dinâmica” (Capacidade da mídia em fazer o som aparentar real e não simplesmente o silêncio “sepulcral” trazido pela era digital). Isto posto, cantores, músicos e bandas da antiga (e até mesmo os atuais!) e os bem informados, ressaltando ter que dispor de investimento, pois é caro gravar em analógico (qualidade) não dispensam as fitas magnéticas, pois querem o máximo de qualidade, não desejando apenas que o som seja apenas bom, alto e puro, como costuma ser no ambiente digital.
Finalizando esta, embora extensa mas indispensável explicação e sintetizando a principal diferença entre uma matriz digital (CD; SACD ou Blu-ray) e uma matriz analógica (fita tape de 2 ou de 1 polegada rodando em “tapes machines” de 24 canais ou 16) para ser “mãe” de um disco, é a perfeição matemática que deve ter o sinal de gravação e a faixa dinâmica proporcionada: no ambiente digital, o sinal é uma cópia menos aproximada do sinal analógico que saiu do microfone onde a banda está “cantando” no estúdio (em função da limitação do “binarismo” 0 e 1 da informática) que só produz valores inteiros e isso gera perda de qualidade sonora. Em digital, não há vírgulas (valores exatos em termos de quantidade: ou é 1 mv (milivolt), ou são 2, ou 3, e assim por diante). No ambiente analógico, são mantidos os valores originados dos microfones na hora da gravação, exemplo, 2,32 milivolts; 5,71 milivolts; 7,12 milivolts... Ou seja, os valores quantificados não têm perda de energia. Já em digital, tudo se arredonda para cima ou para baixo; isso gera perda e faz uma enorme diferença (Ex: 2,32 mv = 2 mv; 5,71 mv = 6 mv; 7,12 mv = 7 mv [até ,49 puxa-se para baixo; acima disso, arredonda-se para cima]). Por outro lado, entrando na questão da qualidade analógica, o meio físico da fita magnética citada, além de traduzir os valores matemáticos exatamente como eles foram transformados de voz para eletricidade (transdução), o meio magnético favorece, pois a fita “mãe” tem um espaço bastante generoso (maior) para armazenar os sinais sonoros do que o sistema lógico de retenção de dados digitais permite.

O Estúdio – Todo bom estúdio de modo geral precisa ter vários microfones, bons cabos, bons suportes para os microfones, salas preparadas para terem o mínimo de reflexões de som (ecos), preferencialmente nenhum (tipo câmara anecóica, mas nem tanto, já que a mesma se destina a medições laboratoriais e deixaria muito artista "perdido"), um mixer gigante, um bom patch bay, compressores, reverberadores, equalizadores, limitadores (todos módulos analógicos, preferencialmente valvulados), bons amplificadores de potência com especificações "para estúdio", bons pré-amplificadores para o caso de entradas especiais de sinal e a "alma" de um estúdio analógico que é o "tape machine", um gravador multipista (ou multitrack), que é um gravadorzão que usa fita magnética geralmente de 2 polegadas de largura, tipo esse:
E que é capaz entre outras coisas, de reproduzir um (ou uns) canal (ou canais) enquanto grava outro (ou outros) ao mesmo tempo.

Um único bom computador pessoal hoje, com algum software como o Sonar ou o ProTools e alguns plug-ins VST pode funcionar como um estúdio praticamente completo, mas o som é tão pobre que muitos produtores finalizam suas masters em fita magnética analógica no intuito de "esquentar" o sinal final, ao invés de executar todo o processo no sistema analógico.

Bons artistas de jazz, blues, rock ou música erudita costumam procurar estúdios analógicos na Europa e Estados Unidos exatamente em busca desse detalhismo que se perde nos sistemas digitais (que volto a repetir, são muito baratos, são muito práticos e são praticamente ilimitados se comparados aos sistemas analógicos. Porém o som dos sistemas digitais é artificial demais para artistas de sensibilidade aguçada ou para audiófilos de sensibilidade treinada).

Existem bons tutoriais no You Tube sobre técnicas de gravação de estúdio.
E blogs informativos:
http://estudiosanalogicosjoaquimcutrim.blogspot.com.br/
http://www.quantegy-online.com/closeout-specials.html
http://www.rmgi.eu/rmgi.asp
Único estúdio analógico brasileiro até a presente data:

http://onzenoestudio.blogspot.com/
Anderson Guerra. Estúdio em Belo horizonte.


Estúdios analógicos lá fora:

1. Daptone Records:

http://www.youtube.com/watch?v=4wmdDYUFfMM&feature=related

2.Preiser Records  - Baumgarten -Viena, Austria.
http://www.youtube.com/watch?v=eKps489yQug
http://www.preiserrecords.at/index.php?english=1
http://www.preiserrecords.at/technischer-hintergrund.php

3.Mosh
www.mosh.com.br

4.Midas Studios
www.midasstudios.com.br

5.Paisleypark
www.paisleypark.com

6.Real World Studios
www.realworldstudios.com
www.recordplant.com 

Venda de fitas tipo Tape:
ARTE TAPE
Só vendem fitas tape de 10" para cima.

http://www.atrtape.com/index_files/pricing.html

Sr. Lisciel, um mineiro, com futuro promissor em gravações e masterizações de áudio analógico:
http://www.youtube.com/user/felipeliscielfranco#p/u/3/AztTMQCRfWk
http://www.youtube.com/user/felipeliscielfranco#p/u/2/9rJbk6BuzTM
Obs. Há muitos outros vídeos no You Tube, de sua autoria.

A ATR Magnetics (http://atrtape.com/) é a fornecedora oficial das fitas do MRL (Magnetic Reference LAB - http://home.comcast.net/~mrltapes/ ), que, por sua vez é fornecedora de fitas de calibragem de referência para todo mundo que trabalha sério com calibragem de decks do tipo “Tape Machine”